As autoridades ucranianas vagueiam entre o absurdo cansaço de um conflito sem negociação e o recrutamento sinuoso de mais militares. Victor, assim como um número desconhecido de outros ucranianos em idade militar, está foragido. À medida que o conflito Ucrânia-Rússia em fúria avança, este engenheiro de 49 anos de idade recebeu um convite de mobilização há dez dias para se apresentar ao exército ucraniano. Ele saiu de sua casa e agora passa as noites na casa de um amigo, lutando com uma escolha difícil.
"É o meu maior dilema", diz ele, quase sussurrando numa das muitas lojas de café em Kiev no centro da cidade. "Por um lado, eu acho que eu preciso para defender meu país, que está sendo atacado, mas, por outro, eu estou com medo de morrer por este regime corrupto. Para quê?" A Ucrânia anunciou recentemente uma quarta onda de mobilização, onde é suposto recrutar cerca de 50.000 homens, com idades entre 25 a 60 anos, para substituir soldados que têm vindo a servir numa zona de guerra no leste do país.
Desde que eclodiu em Abril passado, o número de mortos do conflito ucraniano é agora mais do que 5000. O presidente Petro Poroshenko tem-se reunido com homólogos russos, franceses e alemães em Minsk para negociações-chave sobre a Ucrânia. Se as negociações fracassarem, mais sanções ocidentais estão em vista. Os EUA também estão a considerar o envio de equipamentos de defesa militar letal se não houver progressos. As autoridades ucranianas estão com dificuldades para estimular os cidadãos fatigados na luta contra os rebeldes, que parecem estar bem equipados e treinados pela Rússia. "Cerca de 60 por cento das pessoas que aceitaram recrutamento já estão nos centros de formação". Vladislav Selezniov, o porta-voz do Estado-Maior ucraniano, disse à ABC News que "até temos 100 mulheres, na sua maioria enfermeiras e médicas", acrescentou. "Estamos à procura de pessoas com treino e experiência militar em primeiro lugar."